domingo, 30 de setembro de 2012

Relacionamento fixo, mas sem compromisso é tendência

Um estudo da Universidade de Missouri, Estados Unidos, aponta uma nova tendência em dinâmica amorosa, as relações “stayover”. De acordo com a pesquisadora Tyler Jaminson, do Departamento de Desenvolvimento Humano e Estudos da Família, trata-se de um modelo de relacionamento monogâmico de baixo nível de comprometimento.
Os parceiros passam de três a quatro noites juntos por semana, mas cada um tem sua própria casa. Não dividem contas nem planos para o futuro, e, geralmente, procuram não rotular a relação. Não ter a chave da casa do parceiro, não deixar objetos pessoais espalhados e sentir-se como uma visita mais íntima diferenciam esses pares – ninguém vai deixar o cereal aberto na pia da cozinha do outro, por exemplo.
Segundo a autora, que pesquisou jovens estudantes universitários de até 29 anos, esses casais formam-se por conveniência, mas tendem a valorizar a proximidade física e emocional já conquistada “ao invés de sair por aí em busca de um novo encontro”, disse ela.
Para o terapeuta Sergio Savian, o “stayover” é uma adaptação natural aos novos modelos de relacionamentos: “Os jovens descobriram que o casamento não é natural, mas sim uma convenção social. Morar junto nem sempre é a melhor opção para quem deseja manter uma relação amorosa viva. Além disso, queremos hoje ter nossa individualidade reconhecida e a privacidade respeitada, e isso é inteligente”, afirma.
O psicólogo Pedro Sammarco ressalta o lado negativo da questão. “Nós estamos desenvolvendo uma individualidade muito grande. As pessoas não querem se comprometer. Essa coisa de consumo tem que ser muito rápido, celulares, aparelhos que quebram, dinheiro tem que circular, as pessoas transferem isso para outras pessoas. É tudo muito descartável”, afirma.
A palavra é nova, mas relacionamentos regidos pelas próprias regras e termos acordados pelo casal existem há algum tempo e até funcionam em determinados casos. “O ‘stayover’ é uma maneira inteligente de viver o amor e é a tendência para todos aqueles que não aceitam imposições da sociedade e se permitem serem autênticos”, ressalta Savian.
A psicoterapeuta Celina Figueiredo lembra que, apesar das diferentes estruturas familiares se formando na sociedade, a criação de vínculos faz parte do desenvolvimento emocional: “Como seres humanos, vivemos de alimentos afetivos, isso é o que nos nutre a alma. Assim, a necessidade de troca verdadeira sempre estará nos tocando e sempre teremos a oportunidade para tal”, concluiu a especialista.

Cinco sinais de uma relação “Stayover”
1. Você não tem a chave do apartamento dele – e ele também não tem a chave do seu
2. Vocês não dividem as contas da casa, mas sim a cama por algumas noites na semana
3. Vocês não têm planos em comum para o futuro, mas combinam programinhas
4. Vocês fazem questão de deixar claro que não estão morando juntos e rejeitam rótulos
5. Ele não fica totalmente à vontade na sua casa – e se preocupa em não bagunçar e não ser inconveniente



Fonte:ig


Nenhum comentário:

Postar um comentário